Continuação de discursos clássicos e secantes

Aqueles discursos clássicos e secantes com direito a personagens igualmente clássicas e secantes.Aqui está a continuação,ora mirem.

O xunga-marginal
(Costuma considerar-se o nosso melhor amigo só porque um dia lhe dissemos as horas e aparece-nos em tudo quanto é sítio,degradando a nossa imagem)

Xunga:Olha quem ele é!Táss bem man?Comé?
Vítima: Olá,está tudo bem,obrigado.
Xunga:Ganda cena!O que é que fazes aqui na street?
Vítima:Bem,eu estou com pressa,vou agora apanhar o autocarro.
Xunga:Na boa.Orienta aí 5 euros!
Vítima:Eu agora não estou muito bem de finanças,mas pode ficar para outro dia.
Xunga:Ya na boa.Eiiii olha quem vem aí!O boss lá do guetto!
Vítima: ( Olhando para a criatura em questão e sentindo um arrepio percorrer o corpo todo)
Xunga: Vou-te apresentar sócio.Este aqui é o Dj facadas-mix ,também conhecido por sangrento.
Vítima: O..o...olá!Ppppp..prazer em conhecer.
Xunga:Orienta aí uns charros aqui po pessoal!
Vítima: E...e...e...eu até orientava mas eu nem fumo...
Xunga: O quê??!Ahahahahaha!Como é que é possível não se fumar,man?
Vítima: Mas eu já fumei,deixei quando a minha avózinha se mudou lá para casa ( Querendo armar-se de repente em ex-fumador por obrigação)
Xunga: Aaaah,tava a ver fónix!
Vítima:Agora tenho mesmo de ir.
Xunga:Pera aí pah...Onde é que arranjaste esse mp3? ( Diz olhando para todos os lados e cumprimentando com a cabeça 9 em cada 10 pessoas que passam)
Vítima:Ah já nem me lembro,isto já está tão velhinho... ( Tentando desvalorizar )
Xunga: Velhinho?Eishhh mas esse é dos novos pá!Deixa lá ver! ( Metendo directamente a mão na massa )
Vítima: ( Olhando para o mp3 como que a sentir que chegou a hora da despedida)
Xunga: Eia dread ganda som!Fóónix!Empresta aí que eu depois dou-te!
Vítima: Mas...
Xunga:Ès um ganda amigão ya?Ficaste! ( Diz em ar de despedida e entrando num qualquer carro que arranca a mil à hora)


A dona de casa
(Costumamos encontrá-la nas paragens de autocarros,nos próprios autocarros e mais raramente em comboios.Normalmente carrega 10 sacos ou leva um carrinho de mão próprio para o efeito)

Dona de casa:Eles agora mudaram o horário a isto. ( Diz olhando profundamente para a vítima)
Vítima: Parece que sim. ( Mesmo sem fazer a mínima ideia dos horários)
Dona de casa:Eles d'antes tinham ali um papel com aquilo tudo escrito mas parece que vieram uns catraios e arrancaram.
Vítima:Pois,que chatice.
Dona de casa:Olhe,seja o que Deus quiser.
Vítima:Seja.
Dona de casa:Tenho o meu homem em casa em jejum e ainda aqui estou à espera da camiónete,isto realmente não há direito.Deixei-lhe lá um esparguete e uns ovos mas o pobre do homem não sabe cozinhar.
Vítima:Pois,mas já deve estar aí a chegar.
Dona de casa:Aí que Deus a ouça!Trago aqui uma linguiça fresquinha,umas carcacinhas ainda quentinhas e um bacalhauzinho.Chego a casa,arranjo um alguidarinho e boto o bacalhau de molho.
Vítima:Pois... ( Olhando subtilmente para o relógio)
Dona de casa:Depois é arrancar-lhe bem as peles porque o meu homem não vai nada à bola com aquilo.E agora estou é na dúvida,será que faço o bacalhau à lagareiro ou à minhota?
Vítima: Não sei...
Dona de casa:Ele à minhota já comeu a semana passada.Mas o meu homem gosta muito de bacalhau,é isso e entrecosto.Se calhar amanhã faço-lhe é um arrozinho de coelho.Já ando aqui há uns dias a pensar nisso,até sonho com isso.
Vítima:Pois... ( Completamente saturada )
Dona de casa:Ah meu santo antoninho,só agora é que me lembrei...Ainda tenho é de passar um paninho nos móveis e depois dar uma esfregadela no chão.Veja lá você que encerei o chão a semana passada com aquele produto novo que veio agora,aquele...o...ai que não me lembra agora...
Vítima:Sim,sim,aquele... ( Tentando adiantar a conversa)
Dona de casa:Sabe qual é,não sabe?Pois,veja lá então que encerei o chão com isso e agora já me está todo sujo e sem brilho outra vez!Eu devia era escrever uma carta lá pra direcção daquilo porque não é justo.Dei 70 cêntimos pela cera e aquilo só me dura uma semana??!
Vítima: Pois,que azar.Bem,eu se calhar vou antes apanhar o comboio,isto nunca mais vem. (Tentando esquivar-se)
Dona de casa:Ah pois se calhar tem de ser!È por ali,não é?Então vamos lá!Aproveito para lhe mostrar o detergente que uso agora no meu chão de mármore. ( Abre um saco e tira de lá um frasquito)
Vítima: È bom,é bom.Bem,se calhar então vou andando.
Dona de casa: Vamos lá que eu vou consigo!

O maníaco-depressivo
(Costuma estar solitariamente sentado em bancos de jardim ou ir a passar em ruas obscuras.Costuma perguntar as horas)

Maníaco-depressivo:Desculpe,sabe dizer-me as horas?
Vítima:È meia noite e um quarto.
Maníaco-depressivo: Oh não... ( Atirando-se para o chão e começando a chorar sem parar)
Vítima:Está a sentir-se bem?O que se passa?
Maníaco-depressivo: Ela...ela...ela vai morrer!Eu sei,eu sinto!A minha vida não presta!Eu também quero morrer,eu não valho nada.Vamos todos morrer.
Vítima:Tenha calma.Quem é que vai morrer?
Maníaco-depressivo:Ela!E todo este mundo vai acabar e só restará a memória de que um dia aqui estivemos.
Vítima:Mas porque é que está a dizer isso?
Maníaco-depressivo:Venha comigo até ao cemitério e eu explico-lhe.Ela está lá e estão lá todos eles também.
Vítima:Bem,deixe estar,já está a ficar tarde e se calhar vou andando. ( Percebendo finalmente que o homem não regula bem)
Maníaco-depressivo:Somos todos tão infelizes.Eu já não sei se estou vivo ou não. ( Atirando-se para cima de um banco)
Vítima:Você não está bem,se quiser eu chamo uma ambulância. ( Pondo a hipótese da pessoa estar drogada ou algo do género)
Maníaco-depressivo: Não,fique aqui um pouco comigo.
Vítima: Mas olhe que não posso demorar-me muito...
( Passam 3 minutos)
Maníaco-depressivo:Eu sou muito rico e vou ser mais ainda.A vida não é boa para todos mas eu de facto não me posso queixar do que ela me tem dado.
Vítima: Hã... ( Concluindo que de facto o homem não tem os parafusos bem ajustados)
Maníaco-depressivo:Sou alguém muito feliz,posso mesmo dizer que nasci em berço d'ouro.
Vítima:Bem,eu peço desculpa mas tenho mesmo de ir-me embora.Ainda bem que já se sente bem.